domingo, 4 de agosto de 2013

FUNDO DO POÇO

Prezado Senhor,
 
Informamos a Vossa Senhoria que sua mensagem foi encaminhada para o Gabinete do Eminente Ministro Ricardo Lewandowski.
 
Atenciosamente,
 
Supremo Tribunal Federal
Secretaria Judiciária
Coordenadoria de Apoio Técnico
Seção de Atendimento Não Presencial
( (55-61) 3217-4465
Joao Alves de MOURA (mouraria@rn.gov.br)
02/08/2013
Para: destinatarios nao divulgados
Imagem de Joao Alves de MOURA
Colegas, boa tarde!...
Estamos dando conhecimento sobre e-mail de João Nunes ao STF. 

Sds;
João Alves de MOURA
Dir. Sec. da Assema

Origem: Estado do Rio Grande do Norte
Requerente: Estado do Rio Grande do Norte

Exmo. Sr.
Ministro Ricardo Lewandowiski
STF/Brasil

Senhor Ministro:

"Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". No caso do RN a "saúva" é a Governadora Rosalba Ciarlini, que tem usado de todos os artifícios possíveis para perpetuar o estado de miséria salarial em que se encontram algumas categorias funcionais do nosso Estado.

Sou servidor aposentado da Emater/RN (serviço de extensão rural), e não obstante o TJRN ter julgado  e concedido mandado de segurança em nosso favor, à unanimidade de seus Desembargadores, o Governo do Estado descumpre e desrespeita sistematicamente a Lei, numa afronta nunca dantes acontecida.

Agora, recorre a essa Suprema Corte, no sentido de suspender a segurança transitada em julgado, com argumentos que visam penalisar definitivamente os nossos colegas servidores, e que em nenhum tempo (e haja tempo !) se propôs a qualquer negociação com a classe, classe essa "jogada aos leões", e que não mendiga nenhum aumento salarial, mas tão somente o cumprimento do plano de cargos e salários, este resultante de Lei oriunda e aprovada pela Assembléia Legislativa, e sancionada pelo Governo do RN.

No sentido de cumprir a Lei Federal que ampara os idosos, o TJRN determinou o pagamento dos velhinhos (aposentados e pensionistas) da Emater/RN. O Governo fez pior: confeccionou a folha de pagamento, os bancos receberam e liberaram contra-cheques, e o dinheiro, "zero". Foi a maior humilhação que já passei em minha vida, digo, que nós passamos em nossas vidas.

Muitos companheiros "pagaram" suas contas do dia-a-dia com os recursos acusados em seus contra-cheques, para em seguida caírem na real: pagaram com o cheque especial, isso quem os tem, pois além de não ter recebido o que lhe era e é de direito, o Governo atrasou o mês de junho, em pelo menos cinco dias (eu só recebi na 3a. feira seguinte o que deveria ter sido na 5a.) Quem não tem cheque especial (uma grande parcela) ficou com a conta salário negativada.

Senhor Ministro, a maior riqueza de um ser humano de bem é a sua honra. "E se ele não tem honra, se morre, se mata". Não poder defendê-la, contra um "Golias", é revoltante e humilhante. Mas de cabeça erguida continuaremos a luta contra quem "poderosamente" nos agride.

Quando entrei na extensão rural, em 1969, o Superintendente da Empresa me alertou sentenciosamente: extensão rural não dá "camisa" a ninguém. Não dei muita bola, e hoje estou velho, doente, humilhado e contando "tostão", sem tempo e condições para recomeçar.

Eu, Senhor Ministro, mesmo doente, ainda posso lhe enviar estas mal traçadas linhas, mas há tantos outros colegas que nem isto podem fazer. Estão acamados, em cadeiras de rodas, em quartos de hospital, alguns mutilados, vegetando, etc., tantos sem condições de pagarem um plano privado de saúde, a mercê do ineficiente e penoso atendimento do SUS.

Pra terminar, Senhor Ministro, eu desejo-lhe que Deus, que acredito ter sempre guiado a sua vida, ilumine a sua mente e o seu coração (razão e coração) na hora de julgar.

Cordiais saudações e um grande abraço ,

João Nunes Filho (corroborado por colegas ativos, inativos e pensionistas)